Somos todos culpados


A culpa de nossa sociedade ser tão desigual e injusta é de cada ser pensante que habita este pequeno grão de areia num canto escuro do universo. Hoje a moda é culpar o homem moderno e a sociedade patriarcal, antes a de toda e qualquer mazela era atribuída ao comunismo e seus ditadores. Não estou defendendo nem de longe que sexismo e regimes totalitários estão corretos, vão contra meus princípios básicos como pessoa, mas o que me ocorre é que, de certa forma, nos acostumamos a colocar a culpa no outro, nunca assumir que cada um de nós tem sua parcela de culpa perante a sociedade. Somos filhos de uma geração que viveu os anos de chumbo da ditadura, mas também somos a primeira geração onde casos de bullying tiveram atenção. O estranho é que invariavelmente os casos de bullying demonstram que o agressor vem de uma família onde a moral é deturpada, e o que ele reproduz nos colegas mais fracos é o apenas o reflexo do que vivencia em casa. Homens violentos que abusam de álcool e não respeitam a unidade familiar, mães sem caráter que usam de chantagem emocional e praticam violência doméstica são o exemplo perfeito para gerar uma pessoa desequilibrada e cruel. Culpamos a mídia, o governo e as relações por meio da internet, mas a culpa no fundo é mesmo de cada um de nós.

A culpa é do straight edge que burla o sistema para não pagar por jogos, da vegan que compra droga na boca, da misândrica que defende direito iguais mas esquece de cobrar por deveres iguais, do professor que reclama do aluno mas não prepara aula, do funcionário público que reclama do salário mas faz corpo mole ao atender a população. A culpa é do militante do PSDB que põe a culpa no PT, assim como também é do militante do PT que culpa o tucano, quando ambos claramente buscam o interesse próprio (leia-se: do partido) e não o interesse da população. Também é do negro que sofre preconceito mas é xenófobo, do gay que exige respeito mas tem preconceito com outros homossexuais que não se enquadram no padrão dele do que é aceitável. Apesar de seu julgamento altamente fascista, o Cap. Nascimento não está completamente errado quando diz: “Quem matou esse cara foi você, seu merd@!”, pois no final a culpa da violência também é do viciado que financia, da mãe que faz vista grossa, do pai que se omite, do poder público que não faz seu papel e de cada um de nós que reclama de todos, mas não tem coragem de consertar os próprios erros. Carpe Diem, Nerds!

Creditos na imaagem